sábado, 25 de outubro de 2008

O Veloz...





Conforme o prometido, teremos nesse capítulo sequêncial, a descrição dos corpos do sistema solar. Já sabemos a ordem dos planetas graças ao atalho "Minha Vó Tem Muitas Jóias Só Usa Nua", agora chegou a hora de sermos apresentados a cada um individualmente. Começaremos com os planetas internos, para cada capítulo um planeta.

E o primeiro planeta a ser comentado é justamente ele que tem o mesmo nome daquele remédio que quando éramos pequenos e ralávamos o joelho usávamos para cicatrizar.

Quem nunca desfilou com manchas vermelhas de Mercúrio? Quem nunca saiu correndo pela casa fugindo da mãe que vinha com o Merthiolate na época que ele ainda ardia?

Bons anos 80.

Hoje o José Wilker diz que o merthiolate agora não arde, o que me leva a crer que até os remédios afrouxaram com as crianças.



Obrigada José Wilker, mas eu poderia dormir hoje SEM essa informação de que sofri inutilmente por 10 anos.


Pirralhada que se arrebentava antigamente tinha que, ou passar pelo ridículo avermelhado do Mercúrio, ou pela ardência dolorida do concorrente..

Tá, mas chega de saudosismos, vamos ao Mercúrio

Que por sinal, não existe mais.


O remédio, não o planeta.


Lembram do post anterior dizendo que quanto mais perto o planeta estiver do Sol mais rápido será seu movimento de translação? Pois bem, enquanto Júlio Verne dá a volta ao mundo em 80 dias, Mercúrio da a volta no Sol em apenas 88 dias.



Porque fazem isso com o Júlio Verne? Transformam as obras de um renomadíssimo escritor francês em um filme estrelado pelo Jackie Chan?

E outra, aposta muito louca? Quem criou esse subtítulo? O cara da Sessão da Tarde?

Portanto, se eu vivesse em Mercúrio, não teria 29 anos, mas sim 120 anos, pois o que determina o ano é justamente o tempo de percurso do planeta em torno do Sol.

Para vocês verem que idade é algo muito relativo.


Legenda:

Dercy, porque você está tão velha?
Porque eu sou mercuriana!(Mentira! Desbocada do jeito que ela era, ela MANDOU O CARA para Mercúrio!)

Continuando.

O nome veio por causa do deus romano Mercúrio, que não calçava Nike mas possuía asas nos pés devido a sua grande velocidade.


Já citado anteriormente, a translação de Mercúrio é a mais rápida de todos os planetas, pois para não ser capturado pelo Sol, precisa "fugir" dele constantemente.

Quem não conhece a frase: o maior come o menor?


ELE certamente conhece.

Podemos enxergar Mercúrio em dois momentos no dia: imediatamente antes do nascer do sol e imediatamente depois do pôr do sol. Mas prepare-se para esticar o pescoço, pois nessas horas Mercúrio está tão baixo no horizonte, que você precisaria ser o Chuck Norris para vê-lo... Mas daí, você sendo Chuck Norris poderia ver Mercúrio a qualquer horário, bastaria ameaçar Mercúrio ou Vênus pra nao ficar na frente.

Mercúrio é um planeta extremamente denso, o que indica que ele é constituído por 60 a 70 % em peso de metal e 30 % em peso de silicatos. Ou seja, um planeta ideal para grudar imãs de geladeira.

Mercúrio além de ser o mais próximo do Sol (portanto, é o primeiro planeta) é também o menor do sistema solar. Seu diâmetro é 40% menor que o da Terra e 40% maior do que o da Lua. Portanto, para melhor visualização, lembre-se das filas indianas nas escolas, os menorzinhos vão na frente e os Girafales vão lá para trás.


Que filmaço! A melhor frase do filme é o Arnold dizendo para o De Vitto: Nós somos gêmeos! E o de Vitto: mas é óbvio, como não notei antes? Somos idênticos!!!
Então, o nanico aí da esquerda seria o Mercúrio...


Mercúrio era o baixinho da classe que nunca era chamado para o vôlei. O primeiro da fila no sistema solar.

Portanto, já sabemos que ele é rápido, (ao contrário da maioria das telentregas), mas ele é pequeno, (como a maioria dos lanches de telentrega.)

Esse planeta é cheio de crateras devido ao bombardeamento de meteoritos. É praticamente o nerd que senta na primeira fileira e que apanha muito por ser um nerd.



O cara que está lambendo a privada provavelmente não leu o estatuto do nerd que diz: seja um nerd, mas nunca em hipótese alguma APARENTE ser um...

Um bom meio para disfarçar sua nerdice pode ser isso :






Carregue seus livros aqui dentro!

Se você andasse por Mercúrio, notaria que o Sol parece duas vezes maior do que na Terra. Entretanto, o céu é sempre negro porque Mercúrio praticamente não tem atmosfera. Para quem não está muito situado em dispersão de luz, é a atmosfera, essa camada de gases, que dá cor ao céu. A luz se espalha pela atmosfera como uma onda e cada cor tem um comprimento de onda diferente. A cor vermelha  é a de maior comprimento, em detrimento da onda azul que não é muito extensa.



Notem que o espaço da cor vermelha e o espaço da cor azul são do mesmo tamanho. Mas o tempo que a cor vermelha dá só duas voltas, a cor azul dá muitas voltas. Ou seja, a cor azul tem maior velocidade e menor comprimento de onda...

Então, quando a luz solar (que é formada por todas as cores, é praticamente uma bandeira do movimento GLS), chega na Terra, ela encontra o bloqueio da atmosfera. Ao esbarrar nas moléculas de ar, os comprimentos de ondas de diferentes cores e tamanhos se espalham como podem. E como não podia deixar de ser, a cor azul sendo uma cor de menor comprimento, se espalha com mais  velocidade, dando então a tonalidade celeste do nosso céu.


Então, conforme explicado, se não há atmosfera em Mercúrio, também não há dispersão da luz solar, e portanto, a escuridão é uma constante nesse planeta, mesmo enxergando o Sol duas vezes maior.

As estrelas que poderiam ser vistas de Mercúrio seriam Vênus, numa coloração creme, e a Terra, numa coloração azul.

Mas se quiser conferir de perto, vê se leva um Sundown fator 50, pois a temperatura média de 179°C faria você ver bem mais do que duas estrelas...

Pena que o mercúrio cromo não existe mais, pois você também poderia levá-lo contra os possíveis ferimentos da surra de meteoróides que costuma assolar o planeta.

Porém, o mais doloroso não são as queimaduras e nem as contusões...O que doi mesmo é a cada 3 meses ganhar um ano de vida...

E isso nem a borracha Mercur apaga.









No próximo capítulo veremos Vênus, o planeta do amor mas que você só enviaria para lá o seu pior inimigo.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Como nasceram as estrelas...(Post 2)




Após tanta maionese do post anterior, o que fazer com tantas calorias?
Bora queimar?
E o Sol é perfeito para isso, afinal, uma bola de fogo desse tamanho queima tudo, inclusive teu filme, caso não tenha percebido que "bola de fogo" foi uma grande pegadinha...

Ok mas então, o que é o Sol?




Uma nota musical?                            Um bolo fofinho?

f





Eu diria que metaforicamente falando, o Sol pode ser as duas coisas. Por exemplo, a clave de Sol geralmente inicia uma partitura, fazendo com que todas as outras notas se posicionem a partir dela.

Sabemos que o mesmo ocorre com o nosso Sol, uma vez que os planetas, além de girar em torno dele, também vão ter "notas" diferentes de acordo com a sua maior proximidade ou distância. 

Já o bolo que vem semi-pronto vai precisar de um forno para ser assado, e com o Sol não é diferente. E quem é esse forno no planeta Terra? A nossa atmosfera, é claro, que retém o calor do Sol impedindo que ele se perca totalmente para o espaço. Além disso, o bolo nos alimenta enquanto o Sol nos dá o alimento. 

E por falar em música:


Here comes the sun

Here comes the sun

And I say

It's all right


O material dessas rachaduras estava cheio de nuvens de átomos de hidrogênio rodopiando. O vazio entre as nuvens crescia cada vez mais. As nuvens de gás ficaram mais densas e portanto, mais quentes. A gravidade uniu essas nuvens (pois quanto maior a massa, maior a atração gravitacional) e quanto mais as unia, maior ficava o poder de atração. Um círculo vicioso.

Veja a grafia de Sol em inglês. Sun. Já a palavra soma é sum. E isso tem tudo a ver com a forma com que o Sol se formou.




Para abrir os trabalhos, partiremos da hipótese da nebulosa que dizia que essa nuvem, difusa e grosseiramente esférica, estava em lenta rotação quando começou a se contrair.

Igual um bêbado gordo.

Continuando.

Os gases dessa nuvem eram os já citados no post anterior, H e He, e estavam lá, relativamente próximos. A questão é que eles eram muitos. Um estádio de gremistas e colorados em furor à espera do clássico gaúcho.

Sendo a força da gravidade diretamente proporcional à massa, toda essa matéria começou a se contrair. Grosseiramente falando, se tem muitas pessoas num recinto, a probabilidade que vc fique mais próximo dos demais aumenta. Foi o que aconteceu com esses gases. Eles foram atraídos pela força gravitacional e permaneceram unidos.

Por uma explicação física de conservação de momento angular, da qual eu não vou me ater, é que a bailarina fecha os braços para girar mais rápido. Com base nisso, conclui-se que a contração da nebulosa tenha feito com que as partículas também tivessem sua rotação acelerada (como o exemplo da bailarina, que já deve estar tonta agora). E quanto mais rápido essa nebulosa girava, mais achatada ficava a forma dessa nuvem.

Sim, igual um disco voador.
Tudo ok até aí? Vai uma batatinha?

Então....Continuando a saga....

A gravidade atrai toda a matéria para o centro. O que não é em vão que o centro de Porto Alegre ferva de gente. Entretanto, a nebulosa, que agora está numa forma discoidal, atraiu, também pela força gravitacional, a matéria para o seu centro.

As partículas ficaram muito unidas, umas se batendo nas outras gerando atrito, aumento de temperatura e pressão. Assim passou a existir o proto Sol, que seria o precursor do nosso Sol atual. Com a temperatura extremamente elevada, iniciou um processo de fusão nuclear.

Tá, pausa. Respira. Processa as informações.

Continuemos.

Se o que existe no centro dessa matéria são os já conhecidos H e He, são justamente eles que vão dar cabeçadas pela alta temperatura e pressão. (Imagine-os num show de heavy metal). Nesse empurra e pega, que mais parece letra de forró, o hidrogênio se funde e gera o hélio, e quando isso acontece, a energia é liberada, que é a luz do Sol.

Para fins de maior clareza, pensem que o hidrogênio faz um atrito gostoso num outro hidrogênio, lá no centro da nebulosa, longe dos olhares curiosos. Desse atrito, o Hidrogênio dá a luz ao Hélio.

Compreendido?

O Sol nada mais é do que uma estrela (não uma bola de fogo como muitos pensam e como vc costumava dizer quando era criança) que por um processo nuclear de queima de Hidrogênio, forma o Hélio e libera energia.

O Sol NÃO SE LOCALIZA NO CENTRO DO SISTEMA SOLAR. Se alguém te disse isso, esqueça. Na verdade ele fica deslocado do centro, ligeiramente afastado.

O corpo do Sol é formado de plasma, que antes de ser a televisão nova do seu vizinho que não tem onde cair morto, nada mais é do que o 4° estado da matéria. Um gás ionizado, sendo sua textura a mesma da geleca.

Ele está há 8 minutos luz da Terra. Isso quer dizer que se ele de repente apagasse, teríamos 8 minutos para fazer sexo, nos despedir do pai e da mãe e achar a vela e o fósforo. Sim, pois depois desses 8 minutos, ficaríamos num escuro total.

No próximo capítulo a formação do sistema solar.

Preparem-se.